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18 de fev. de 2011

PODELA


Num pequeno vilarejo, no meio do estado de Minas havia um armazém cujo dono, Seu Zé, se gabava de ter tudinho, qualquer coisa que se pedia no balcão. Se não tinha, fazia questão de encomendar a qualquer custo, só para atender o cliente. Com isso a fama dessa mercearia se espalhou por toda a região, e vinha gente de toda parte procurar coisas que não se achava nem na capital BH.
Sabendo disso, um paulista daqueles bem folgados (sabe como é paulista, gosta de tirar onda com a cara do mineiro) estava de férias passando por Minas e decidiu conhecer esse tal Zé do armazém. Chegando lá, pediu uma barra de direção para sua 'pick up' importada. O Zé foi lá no fundo e depois de alguns minutos voltou com a tal peça. O paulista, espantado pensou: Não e possível que esse cara tenha tudo aí, vou tirar um barato da cara dele. Voltou para o hotel e ficou a noite toda pensando em como iria pegar o cara da venda. Caso pensado, no outro dia foi ate o armazém e chegando no balcão, pediu:
- O Zé, você tem 'Podela'?
O dono da venda olhou espantado, coçou a cabeça e pensou: 'Podela'? Que coisa é isso? Nunca ouvi falar... E agora? Se eu deixar de atender esse cara ai todo metido, meu estabelecimento vai perder a fama e a clientela vai sumir! O que eu faço? Pensou, pensou, foi ate o depósito, voltou e disse ao paulista:
- Olha, tá em falta, mas vou encomendar e amanhã cedo o Sr. passa aqui e pega, são R$ 100,00 o quilo.
O paulista, meio desconsertado com a resposta do Mineiro, voltou para o hotel pensando: O que será que esse mineiro vai achar com esse nome?
O mineiro fez de tudo, ligou para todos os seus fornecedores de produtos brasileiros e até no exterior, mas ninguém fazia nem idéia do que seria aquilo. Então ele percebeu que o paulista tava zoando com ele e decidiu dar o troco.
No almoço, o mineiro comeu aquela feijoada. De noite, foi ao banheiro e fez aquele 'trem' enorme e fedorento. Juntou com uma pazinha e botou no forno por umas 3 horas até que virasse uma pedra bem dura. Aí colocou tudo no moedor, embalou e deixou em cima do balcão com a devida identificação.
No outro dia chega o paulista todo imponente com um sorriso no rosto, e, já esboçando um ar de vitória disse:
- Conseguiu encontrar minha encomenda?
- Claro, está aqui - disse o mineiro, mostrando o saquinho no balcão.
O paulista então pediu:
- Me veja 1kg.
- Está aqui, são 100 reais.
Então, o paulista, curioso, pegou um bocado do pó, esfregou entre os dedos, cheirou, cheirou, tentando descobrir o que era aquilo...
- Isso aqui é merda!
- Nada disto Sr.,é o Pó dela!!!!

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“Às vezes penso que sou duas pessoas em uma só: sou uma mineira matuta, que gosta de pão de queijo, fogão a lenha e cheiro de curral, mas fui inventar de ser professora de espanhol e... E agora vivo nesse meu mundinho dividido entre moda de viola e música andina, feijão tropeiro e paella, catira e tango, e assim por diante. Ah! Como pude me esquecer?! A estrada me chama e a coisa que mais gosto de fazer nessa vida é seguir rumo ao desconhecido (até o momento que eu paro e começo a prosear!). E nisto também tem a interferência do espanhol: enquanto não conhecer, um pouco que seja da maior parte dos povos que falam esse idioma, que “me encanta”, eu não sossego! Por isso, muitas postagens serão sobre minhas viagens também.” E é a partir dessa mistura toda que acabei tendo que dividir tudo em dois BLOGs. Agradeço por visitar meu cafofo, e faço um convite: aceita conhecer um pouquinho disso tudo? Eu acho fascinante! ¡Sé bienvenido! Seja bem vindo!