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8 de jan. de 2011

A Mitologia da Mineiridade

Ao contrario de muitos estudos que buscam reflexões em teorias macro-explicativas, o trabalho desta autora, busca a compreensão dos conjuntos de traços culturais e políticos dos mineiros, muitas vezes chamados de mineiridade, nas questões regionais de surgimento deste mito.

Segundo a autora, seu estudo caminha para a reflexão sobre as visões de minas, interpretações que saem de meras expressões culturais produzidas regionalmente, e engendram no caráter nacional em momentos de transição. Nestes momentos, são reconhecidas as qualidades essenciais destes poderosos parceiros políticos, os mineiros, características como bom senso, moderação e equilíbrio. Virtudes que davam aos políticos mineiros uma cultura política própria, concedendo um forte traço aos provenientes da região.

Para compreender estas características, Arruda busca vislumbrar a concepção de identidade, e ver como esta temática foi tratada no meio acadêmico, pois no auge da formação do Estado nacional brasileiro, este tipo de estudo particular fica a margem nos panoramas da literatura acadêmica.

Segundo Fernando Henrique Cardoso, citado por Arruda, o pensamento político pode ser caracterizado desde o século passado, e dividido em duas vertentes: uma que vê o Estado como fundamental para a organização das classes, e outra que acredita ser o estado resultado da base do poder que seria as oligarquias.

Maria Arminda do Nascimento Arruda, procura a gênese do fenômeno mítico da mineiridade em conjunto com a construção da identidade.

O objeto de estudo do trabalho da autora, a reflexão sobre a identidade cultural dos mineiros e a compreensão sobre a formação do mito da mineiridade, caminham em uma única discussão, não vê somente a dimensão do poder ideológico da elite mineira, na elaboração de estratégias na forma de agir local e nacionalmente. Esta obra busca ver como esses políticos exprimem seus sentimentos, no que concerne o que é ser mineiro.

Desta forma a autora, procurou nas obras literárias produzidas pelos intelectuais mineiros, compreender os que vivem a mineiridade, articulando estas falas com o que seria o mito da mineiridade.

Para que tal objetivo se concretizasse, a obra estabeleceu conexões entre as obras literárias e a história de onde originam. O esclarecimento do conceito de mito foi necessário, pois os mitos para a autora dão material para a elaboração das identidades culturais, caracterizados por exprimir a coerência da fala sobre o real, diz arruda (...) o mito é uma fala escolhida pela história ... E a história a verdadeira atribuidora, então, de significados aos mitos.

A explicação mítica da obra, e distinta da obra de Renato Ortiz, que separa mito e identidade. A obra de Arruda busca a junção de ambos conceitos, procurando ver nexos entre a criação da mineiridade e a forma como é identificada.O conceito de identidade é tratado pela autora como traços sociais da realidade que são incorporados pelos agentes da sociedade.

Os documentos usados, as literaturas produzidas pelos intelectuais mineiros, dão subsídios para perceber a dinâmica dos componentes que negam a identidade, e ao mesmo tempo trazem questionamentos sobre a noção de identidade.

Por outro lado, a autora tenta dar conta das particularidades de cada obra produzida, onde podemos ver que alguns exemplos são puro saudosismo, enquanto outros são belas obras literárias, movidas pela sacralização e lembranças da terra (Minas).

Outros documentos utilizados são os relatos dos viajantes, que são à base da interpretação do Brasil, segundo a obra, e, por conseguinte fundam os pilares da mineiridade, sendo que estes viajantes foram responsáveis pela recomposição do passado mineiro.

Assim a obra não tem como foco principal, a dimensão política da ideologia da mineiridade, e a influencia destas ideologias nas estratégias políticas, como fez o estudo de Otavio Dulci. Em Mitologia da Mineiridade, estas expressões, ou seja, as ações dos políticos mineiros combinavam memórias e alusões ao passado com um novo e original discurso, onde a maior das originalidades de discurso dos intelectuais mineiros residiriam na literatura produzidas por estes, e na obra analisadas pela autora.

Referências Bibliográficas

ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. Mitologia da mineiridade. São Paulo: editora Brasiliense, 1990. 

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
Mitologia Da Mineiridade publicado 23/02/2007 por Wellington José Campos em http://www.webartigos.com

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“Às vezes penso que sou duas pessoas em uma só: sou uma mineira matuta, que gosta de pão de queijo, fogão a lenha e cheiro de curral, mas fui inventar de ser professora de espanhol e... E agora vivo nesse meu mundinho dividido entre moda de viola e música andina, feijão tropeiro e paella, catira e tango, e assim por diante. Ah! Como pude me esquecer?! A estrada me chama e a coisa que mais gosto de fazer nessa vida é seguir rumo ao desconhecido (até o momento que eu paro e começo a prosear!). E nisto também tem a interferência do espanhol: enquanto não conhecer, um pouco que seja da maior parte dos povos que falam esse idioma, que “me encanta”, eu não sossego! Por isso, muitas postagens serão sobre minhas viagens também.” E é a partir dessa mistura toda que acabei tendo que dividir tudo em dois BLOGs. Agradeço por visitar meu cafofo, e faço um convite: aceita conhecer um pouquinho disso tudo? Eu acho fascinante! ¡Sé bienvenido! Seja bem vindo!